quinta-feira, 24 de setembro de 2009

FOTO BY RODRIGO ARRIAGADA VIANNA- MEU AMIGÃO QUERIDO




FIZ ESSA FOTO HA 3 ANOS ATRAS E CONTINUA SUPER MODERNA E ATUAL

OBRIGADO AMIGO QUERIDO PELO SEU TALENTO E CRIATIVIDADE

ABRAÇO

CLO

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A FELICIDADE NO FINAL DO ARCO- ÍRIS


OLHA ESSAS DUAS ULTIMAS SEMANAS NAO TEM SIDO NADA FÁCEIS MAS ACREDITO EM MIM E NA MINHA FORÇA INTERIOR.....E COMO DIRIA A MINHA SAUDOSA VOZINHA.....SE DEUS É POR NÓS QUEM SERÁ CONTRA NÓS????

O NEGÓCIO É REAÇÃO TOTAL!!!!!! PELOS PODERES DA FÊNIX.....VAMOS QUE VAMOS E CHEGA DE LUTO!!!!!!!!!!

E AGORA JOSÉ???


E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?

SENHOR DO MEU DESTINO


Meus olhos tem pálpebras que abraçam meu pupilo.
Não perguntei se posso.
Quero proteger seus olhos.
E quando houver luz,
Dilate sua íris e receba.
É o carinho meu que deseja entrar na vida sua.

Quando abre esse sorriso largo,
Sólido,
Intrigante,
Voluptuoso,
Acende um fósforo.
Ele guia os olhos meus,
Me confundo e bebo sua saliva e não mais a minha.
Danço suave,
Flutuo, acredito,
Entrego os meus braços e fico um com você.
Peço a mão do meu pupilo.
Sinto a opressão da solidão na íris
E preciso de um guia.
Não há mais pupilo e tutor.
Só nós dois e a solidão.

"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Clarice Lispector


UMA BELA NOITE, EU ESTAVA EM MEU RESTAURANTE FAVORITO E NA MESA AO LADO HAVIA UM PAI, UMA MÃE E UM MENINO MAGRINHO DE UNS DOZE ANOS DE IDADE. O PAI DISSE AO MENINO: " TOME O SEU SUCO DE TOMATE". E O MENINO RESPONDEU: " NÃO QUERO". O PAI INSISTIU, COM VOZ MAIS ALTA: " TOME O SEU SUCO DE TOMATE". A MÃE INTERVEIO: "NÃO O OBRIGUE A FAZER O QUE ELE NÃO QUER". O PAI OLHOU PARA A MULHER E DISSE: "ELE NÃO PODE LEVAR A VIDA FAZENDO O QUE QUER...EU NUNCA FIZ NADA DO QUE QUIS, EM TODA MINHA VIDA".
ESSE É O HOMEM QUE NUNCA PERSEGUIU SUA BEM AVENTURANÇA. (...) EU SEMPRE RECOMENDO AOS MEUS ALUNOS: VÃO AONDE O SEU CORPO E A SUA ALMA DESEJAM IR. QUANDO VOCÊ SENTIR QUE É POR AÍ, MANTENHA-SE FIRME NO CAMINHO, E NÃO DEIXE NINGUEM DESVIÁ- LO DELE.
O poder do Mito- Joseph Campbell

MORRE PINA BAUSCH






Philippine Bausch, mais conhecida como Pina Bausch (Solingen, 27 de julho de 1940Wuppertal, 30 de Junho de 2009), foi uma coreógrafa, dançarina, pedagoga de dança e diretora de balé alemã.

Conhecida principalmente por contar histórias enquanto dança, suas coreografias eram baseadas nas experiências de vida dos bailarinos e feitas conjuntamente. Várias delas são relacionadas a cidades de todo o mundo, já que a coreógrafa retirava de suas turnês idéias para seu trabalho.

Entre os seus temas recorrentes estavam as interações entre masculino e feminino - uma inspiração para Pedro Almodóvar, em cujo filme, Fale com ela, Pina aparece em uma bela sequência de dança.

Foi diretora da Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, localizada em Wuppertal. A companhia tem um grande repertório de peças originais e viaja regularmente por vários países.


E MORRE MICHAEL JACKSON


Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um cantor, compositor, ator, dançarino, publicitário, escritor, produtor, poeta, instrumentista, estilista e empresário dos Estados Unidos.

Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Apelidado nos anos seguintes de King of Pop ("rei do pop"), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory: Past, Present and Future – Book I (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos. Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido da história, Thriller.

No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música rock[1] e música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do vídeo musical em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White" e "Scream" mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot e o Moonwalk. Seu estilo diferente e único de cantar, bem como a sonoridade de suas canções influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, dance e R&B.

Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao vitiligo e geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso de crianças, mas a investigação foi arquivada devido a falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. O cantor teve experiências com crises de saúde desde o início dos anos 90 e sofreu também comentários sobre sua situação financeira. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil.

Um dos poucos artistas a entrarem duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prêmios incluem uma série de recordes certificados pelo Guinness World Records - um deles para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - dezenove Grammys em carreira solo e seis Grammys com The Jacksons e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente,[2] sendo que alguns empresários da Sony já registram a incrível marca de mais de 1 bilhão.[3] Sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como rock superstar fez dele parte da história da música rock e cultura popular por mais de quatro décadas.[4] Nos últimos anos, foi citado como a personalidade mais conhecida mundialmente.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

DÁ-LHE CORINTHIANS CAMPEÃO INVICTO PAULISTA



Após seis anos, o Corinthians é novamente campeão paulista. Há 71 anos, o Timão não era campeão estadual invicto. Desde 1972, uma equipe não era campeã dessa forma. Em 2009, o Corinthians quebrou escritas. Ao contrário do que prevê o melhor estilo corinthiano, o 26º sexto título do Timão na competição saiu sem sofrimento.

Em um Pacaembu lotado e quase sempre no comando do confronto, o time do Parque São Jorge segurou a pressão santista. Podendo perder por até dois gols de diferença, a experiência corinthiana falou mais alto. O time não se abalou com a pressão nem com o gol sofrido e teve personalidade para reagir e administrar o confronto. No segundo tempo, apenas administrou o empate por 1 a 1.

Como era de se esperar, o Santos começou o jogo indo para cima. Logo no primeiro minuto, Kléber Pereira desperdiçou sua primeira chance. O Timão respondeu de imediato com André Santos, mas os rivais pressionavam. Com mais posse de bola, os santistas, por outro lado, não conseguiam criar uma chance clara. Ela veio apenas aos 28 minutos após pênalti de Felipe no camisa 9 rival. O próprio Kléber Pereira bateu e abriu o placar.

O gol dos visitantes não calou o Pacaembu. Pelo contrário, a Fiel passou a gritar ainda mais. E a reação foi quase imediata. Aos 33, André Santos recebeu de Dentinho e chutou forte, fuzilando Fábio Costa: 1 a 1. Os santistas sentiram o baque e não conseguiram manter o ritmo inicial, enquanto o Corinthians cresceu na partida e passou a controlá-la. Aos 44, Douglas recebeu em liberdade e quase fez um golaço.

A segunda etapa começou igual à primeira. Ainda precisando fazer três gols na melhor defesa do campeonato, o Santos tentou ir para cima, mas o Corinthians voltou recuado. Esperando o adversário errar para explorar o contra-ataque, não demorou muito para que a equipe passasse a administrar a partida, enquanto a Fiel seguia fazendo festa nas arquibancadas.

Em nenhum momento o Santos ameaçou tirar a taça do Timão. A pressão prevista para o segundo tempo não se concretizou, o clube da capital jogava apenas esperando o tempo passar e aos 30min a torcida já comemorava a conquista. Tentando ir ao ataque, Vagner Mancini, treinador do rival, mexia em seu time como podia.

Mano Menezes, por sua vez, usou suas alterações para administrar a partida. Na primeira delas, o meia Douglas deu lugar ao volante Fabinho. Na segunda, Dentinho, muito caçado pelos adversários, saiu para a entrada de Morais. Enquanto o Corinthians tocava a bola, nervosos, alguns jogadores santistas passaram a cometer faltas. Aos 39min, Domingos derrubou André Santos e foi expulso.

Nada que atrapalhasse a festa corinthiana no Pacaembu. O empate veio com gosto de vitória. Desde 1955, o Timão não comemorava uma conquista no estádio que adota como casa. Com o troféu e como canta a Fiel Torcida, firma de vez seu retorno à elite do futebol nacional e se distancia dos demais rivais como o maior vencedor do Estadual. Mais do que isso, fica registrada a volta de Ronaldo. Com a camisa alvinegra, o Fenômeno marcou gols em todos os grandes rivais e foi peça fundamental na campanha vitoriosa.

Agora, o Corinthians concentra suas forças para a Copa do Brasil pensando em sua volta à Copa Libertadores. Na próxima quarta, recebe o Atlético-PR e precisa de uma vitória simples para seguir no torneio. Depois disso, o foco vira o Brasileirão, que começa no próximo final de semana contra o Inter, no Pacaembu.

AUGUSTO BOAL


Augusto Pinto Boal (Rio de Janeiro, 16 de março de 1931 - Rio de Janeiro, 2 de Maio de 2009) foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Nas palavras de Boal:


«O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'. [1]»


O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.

Tem uma obra escrita expressiva, traduzida em mais de vinte línguas, e suas concepções são estudados nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Teatro do oprimido e outras poéticas políticas trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas de teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.

O Teatro do oprimido tem centros de difusão nos Estados Unidos, na França e no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, Santo André e Londrina.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

E VIVA RONALDO - QUE FENÔMENO!!!!!!


Na tarde deste domingo, o time do Corinthians foi até a Vila Belmiro para enfrentar o Santos na primeira partida da final do Campeonato Paulista de 2009. E Jogando fora de casa, o time alvinegro conseguiu uma vitoria de 3 x 1 sobre os donos da casa.
Em uma partida eletrizante, o time do Corinthians conseguiu superar o Santos e manter uma bela vantagem para a partida de volta que será realizada no próximo domingo no Pacaembu. O jogo que foi equilibrado e teve muitas oportunidades para ambos os lados, teve o placar aberto aos 10 minutos com Chicão que após cobrança de falta conseguiu colocar a bola no canto esquerdo de Fabio costa.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, o Corinthians conseguiu marcar o segundo gol com Ronaldo. Com a vantagem no placar o Timão deixou o Santos crescer em campo e precisou contar com grandes defesas do goleiro Felipe que salvou o Corinthians em pelo menos 3 lances ainda no primeiro tempo.
No segundo tempo do jogo o time do Santos veio para cima, e precisando do resultado o time santista conseguiu marcar aos 15 minutos com Triguinho, que avançou pela esquerda e chutou, mandando a bola para o fundo das redes. Com um placar de 2 x 1 o Santos diminuiu a vantagem do Santos mas não o suficiente para deter o Timão que aos 31 minutos em um contra-ataque marcou um lindo gol com Ronaldo.
Ronaldo Fenômeno recebeu um belo, fintou o zagueiro santista, e marcou um lindo gol de cobertura liquidando o jogo para o time do Corinthians, finalizando o placar em 3 x 1.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DEFICIÊNCIAS

DEFICIÊNCIAS

Mário Quintana

'Deficiente'
é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
'Louco'
é quem não procura ser feliz com o que possui.
'Cego'
é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
'Surdo'
é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
'Mudo'
é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
'Paralítico'
é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
'Diabético'
é quem não consegue ser doce.
'Anão'
é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
'Miseráveis'
são todos que não conseguem falar com Deus.

'A amizade é um amor que nunca morre.
'

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tudo se move

Tudo se move. E tudo se move com um ritmo. E tudo que se move com um ritmo provoca um som; isso está acontecendo aqui e em qualquer lugar do mundo neste momento. Nossos ancestrais notaram a mesma coisa, quando procuravam fugir do frio em suas cavernas: as coisas se moviam e faziam barulho.

Os primeiros seres humanos talvez tivessem olhado isso com espanto, e logo em seguida com devoção: entenderam que esta era a maneira de uma Entidade Superior comunicar-se com eles. Passaram a imitar os ruídos e os movimentos à sua volta, na esperança de comunicar-se também com esta Entidade: a dança e a música acabavam de nascer.

Quando dançamos, somos livres.

Melhor dizendo, nosso espírito pode viajar pelo universo, enquanto o corpo segue um ritmo que não faz parte da rotina. Assim, podemos rir de nossos grandes ou pequenos sofrimentos, e nos entregarmos a uma experiência nova sem medo. Enquanto a oração e a meditação nos levam até o sagrado através do silêncio e do mergulho interior, na dança celebramos junto com os outros uma espécie de transe coletivo.

Pode-se escrever o que se quiser sobre a dança, mas de nada vale: é preciso dançar para saber do que se está falando. Dançar até a exaustão, como se fossemos alpinistas subindo uma montanha sagrada. Dançar até que, por causa da respiração ofegante, nosso organismo possa receber oxigênio de uma maneira que não está acostumado, e isso termina por fazer com que percamos nossa identidade, nossa relação com o espaço e o tempo.

Claro que podemos dançar sozinhos, se isso nos ajuda a vencer a timidez. Mas sempre que possível, é melhor dançar em grupo, porque um estimula o outro, e termina-se criando um espaço mágico, com todos conectados na mesma energia.

Para dançar, não é necessário aprender em academias; basta deixar que o corpo ensine – porque dançamos desde a noite dos tempos, e não esquecemos isso. Quando eu era adolescente, ficava com inveja dos grandes "bailarinos" da minha turma da esquina, e fingia que tinha outras coisas para fazer durante as festas – como ficar conversando, por exemplo. Mas na verdade eu tinha pavor do ridículo. Até que um dia uma menina, chamada Márcia, me disse na frente de todo mundo:

- Venha.

Eu disse que não gostava; ela insistiu. Todos do grupo ficaram olhando, e por que eu estava apaixonado (o amor é capaz de tantas coisas!) não pude recusar mais. Fiz um papel ridículo, não sabia seguir os passos, mas Márcia não parou; continuou dançando, como se eu fosse um Rudolf Nureyev.

- Esqueça os outros e preste atenção no baixo – sussurrou ao meu ouvido. – Procure seguir o seu ritmo.

Naquele momento, entendi que nem sempre é necessário aprender as coisas mais importantes; elas já fazem parte da nossa natureza. Na juventude, a dança é um rito de passagem fundamental: experimentamos pela primeira vez um estado de graça, um êxtase profundo, mesmo que para os menos avisados tudo não passe de um grupo de rapazes e moças divertindo-se em uma festa.

Quando ficamos adultos, e quando envelhecemos, precisamos continuar dançando. O ritmo muda, mas a música é parte da vida, e a dança é a conseqüência de deixarmos que este ritmo penetre em nós.

Continuo dançando sempre que posso. Com a dança, o mundo espiritual e o mundo real conseguem conviver sem conflitos. Como disse alguém que não me lembro, os bailarinos clássicos ficam na ponta dos pés porque estão ao mesmo tempo tocando a terra e alcançando os céus.

Eu sei, mas não devia


Marina Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.